sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Aprendendo a velejar

Bom, sendo bem sincera, o começo não foi fácil! Não na prática mesmo de aprender a velejar, mas na parte de superar o medão que eu tinha!


Eu sempre fui uma menininha muito urbana, mesmo adorando passar as férias em sítios, acampamentos e na praia, mas para mim a vida sempre foi cheia de cuidados e mais na cidade mesmo! Com 6 meses de vida fui pela primeira vez para São Sebastião (litoral norte de São Paulo), depois disso, ia sempre com a minha família e com amigos. Morava perto da represa Billings, então sempre ia pescar com meu pai e meu irmão. Em resumo, não deveria ter tanto medo de água, mas como não aprendi a nadar já desde pequenininha, eu entrava em pânico só de pensar em ficar em qualquer lugar que não desse pé!

Eu decidi fazer aula de vela para incentivar meu namorado que durante 4 anos de namoro repetia o "mantra": "... quero fazer aula de vela, porque quando nós formos velhinhos vamos morar num veleiro e dar a volta ao mundo...". Mas ele sofre de pão-durice crônica, então ele sempre adiava a aula de vela. 

Por ele eu marquei as aulas na Associação de Vela de São Sebastião. Eu fui, tendo a certeza de que depois da primeira aula ele ia pegar o gosto e seguir sozinho porque eu certamente desistiria. Mas o Fernando Freitas, nosso instrutor foi ótimo! Logo depois da aula sobre as partes do barco, sobre como montar o dingue e tal, fomos para a água e apesar do meu pavor, logo percebi que não só já estávamos velejando, como também, quem estava no leme era eu mesma! E tudo estava correndo tão bem... Aprendemos a fazer bordos e na volta para a praia, pegamos uma popa, foi super gostoso. 

Magicamente eu AMEI!! Voltei para casa pensando na próxima aula, ansiosa, não de nervoso, mas de empolgação.

Depois da experiência de monotipo, da superação do medo de água, de ter sobrevivido à aula de descapotagem, de ter aprendido a fazer contrapeso (e de ter constatado que eu estava muito mal de abdominais) etc. Decidi que no feriado seguinte a aula seria de vela oceânica, nada contra os pequenos monotipos, mas eu cheguei à conclusão de que deveria tentar logo aprender na vela oceânica por ser, de fato, o objetivo que eu e meu namorado queríamos alcançar, pois as aulas de vela eram justamente para poder passarmos nossa velhice em um veleiro dando a volta ao mundo!

Foram 3 aulas (curso básico, curso de regata e curso intermediário com pernoite a bordo) de vela oceânica na Ilha Sailing Ocean School, com o Winston como instrutor, depois teve a regata da Rolex na Semana de Vela de Ilhabela e ainda uma volta a Ilhabela. 

Na Represa Guarapiranga o Erom, do Veleiro Gigante foi o instrutor, que passou a noção dos ventos que não param de rondar lá na represa, os perigos e os lugares bons de velejar, de qual direção vem o melhor vento para nós iniciantes velejarmos lá. Sem falar no super incentivo do Erom para a compra do meu próprio veleiro.

Enfim, eu tinha tudo para não gostar de velejar e no entanto, acabei amando isso tudo. Tenho planos de morar a bordo de um veleiro com o meu namorado, já tenho um pequeno veleiro monotipo, com o qual, passo meus fins de semana e feriados me divertindo com meu namorado na represa, mudei minha vida! E lógico que já passei por calmarias tenebrosas com sol escaldante na cabeça, lógico que já enjoei algumas vezes a bordo, lógico que já me machuquei em um bocado de situações, mas velejar é tão bom, mas tão bom, que eu continuo voltando a velejar...

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